A importância da alimentação para a saúde mental

A importância da alimentação para a saúde mental

Quando se ouve falar em Saúde Mental, boa parte das pessoas, foca em “Ausência de Doença Mental diagnosticada”; porém, o conceito é muito mais amplo.

Para a OMS ela está relacionada à “forma como uma pessoa reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções”.

Pessoas mentalmente saudáveis vivenciam cotidianamente uma diversidade de emoções como a alegria, a tristeza, o amor, a frustração, o medo, a solidão e mantêm o equilíbrio para lidar com os conflitos, que podem acontecer a qualquer fase da vida e, se necessário, buscam ajuda.

Além da genética, com estudos e pesquisas sobre hereditariedade, fatores ambientais e externos podem alterar a expressão dos genes, pela denominada epigenética, e influenciam a saúde mental e física dos indivíduos.

Quando os indivíduos possuem boa qualidade de vida, como: acompanhamento médico regular, acesso a alimentação saudável, condições adequadas financeiras e de moradia, certamente sua saúde mental estará dentro de uma normalidade que lhes permitirá desempenhar todas as atividades a que se propõem.

Ao contrário, se lhes faltam estas condições estarão mais expostos às situações de estresse e, portanto, mais suscetíveis ao comprometimento de sua saúde como um todo.

O Brasil tem uma das maiores prevalência de transtornos depressivos e ansiosos no mundo, doenças que agravam a funcionalidade das pessoas.

Os transtornos mentais têm um potencial extremamente preocupante para a sociedade, tanto do ponto de vista da saúde individual quanto da saúde coletiva.

E, muito do que foi apurado está intimamente ligado aos últimos acontecimentos da evolução da pandemia do coronavírus em nosso País e seus desdobramentos, que afetaram de diversas formas, a vida da população.

Uma nutrição adequada faz parte da prevenção primordial de doenças crônicas e degenerativas.

Alguns alimentos estimulam a capacidade de raciocínio, melhoram a memória e o bom humor e atuam como preventivos da depressão e Alzheimer.

Existem substâncias que aceleram o grau de raciocínio e atenção, como a cafeína encontrada no café, no chocolate amargo, no chá verde.

Outras colaboram para o bom funcionamento do sistema nervoso central, como o ômega 3, melhorando a comunicação entre os neurônios, ou seja, aumentando a capacidade de transportar sinais e mensagens.

Estão presentes nos peixes: atum, pescada, truta, salmão, sardinha, nos óleos de linhaça, sementes de abóbora e em algumas castanhas: do Pará, de caju além das amêndoas, avelã e nozes.

Antioxidantes são substâncias químicas que reduzem os danos causados pelos radicais livres, uns dos responsáveis pelo envelhecimento precoce de nossas células: nozes, castanhas e azeite de oliva são ricos em antioxidantes, bem como as frutas vermelhas: maçã, uva, morango, amora, framboesa, que são ricas em licopeno, importante substância na prevenção de alguns tipos de câncer.

Algumas vitaminas são essenciais para o bom funcionamento cerebral: a tiamina (Vitamina B1) e a niacina (Vitamina B3); além delas, a colina (Vitamina B8), presentes nos ovos, e a cobalamina (Vitamina B12) presente na carne e no leite.

A carência destas pode favorecer a perda de memória, a apatia, a ansiedade e a demência. Presente também nas verduras verde-escuras (ex: agrião, almeirão, brócolis), o ácido fólico (Vitamina B9) participa da formação cerebral do feto, razão pela qual as mulheres que estão planejando uma gravidez devem suplementar esta vitamina pelo menos três meses antes da gestação para terem estoques adequados durante a gravidez.

Outras vitaminas também são importantes para o bom funcionamento do cérebro, fortalecendo o sistema imunológico, como a Aencontrada nas frutas e legumes de cor alaranjada: laranja, mamão, cenoura, a E encontrada no abacate, kiwi, amora, castanhas, amendoim, ameixa seca, e a vitamina D (atualmente identificada como um hormônio), sintetizada a partir da exposição aos raios solares e do consumo de leite, ovos, peixes e frutos do mar.

A vitamina C é potente antioxidante, que também impede a ação dos radicais livres e é encontrada em frutas cítricas como o limão, a laranja e a acerola.

Sais minerais como o cálcio (leite e derivados, figo seco, agrião), ferro (feijões, espinafre, lentilha, ervilha, grão de bico), o sódio (carnes, peixes, ovos e algas), magnésio (chocolate amargo, nozes, amêndoas), e o potássio (tomate, banana, acelga, carne vermelha, iogurte natural), também são necessários ao sistema nervoso central, melhorando os processos cognitivos, tais como percepção, memória e atenção, entre outros.

Triptofano, encontrado na banana, peixes, mel, feijões, grão de bico, milho, arroz integral é um aminoácido essencial necessário para a síntese da serotoninaum neurotransmissor que ajuda a melhorar o humor, relaxar e de modo geral aumentar a sensação de bem-estar.

Podemos perceber que um alimento oferece mais de um nutriente, portanto refeições coloridas aumentam as chances de uma alimentação realmente nutritiva, com todos os elementos necessários à promoção da saúde. Devemos levar em conta que nosso cérebro consome muita energia, e deixa resíduos oxidantes.
Para corrigir essa situação e evitar processos degenerativos, nosso sistema nervoso precisa da ingestão equilibrada de carboidratos, proteínas, gorduras e nutrientes antioxidantes .

Caracterizada por maior consumo de vegetais, legumes, frutas ricas em fibras, oleaginosas, e menor quantidade de carne vermelha, poucos carboidratos refinados e açúcar.

Moderação e equilíbrio são as palavras que devem nortear a relação entre nutrição e saúde; para tanto, se deve ter especial atenção aos itens abaixo:

  • Evitar dietas restritivas sem acompanhamento, pois podem levar a pessoa a quadros de depressão, anemia ou confusão mental, e em casos extremos à demência e outras doenças degenerativas. Procure a orientação de um Nutricionista.
  • Indivíduos que estão em transição para o veganismo, devem estar atentos às taxas de vitamina B12, pois ela está presente nos alimentos de origem animal, e sua carência pode levar a um quadro de demência.

É importante fazer exames laboratoriais e, se necessário providenciar a suplementação.

Automedicação: Muitas pessoas se automedicam para resolver problemas de lapsos de memória, quadros depressivos ou a falta de atenção.

A medicação induz a liberação da substância dopamina que é um neurotransmissor que auxilia a melhora da compreensão e do bom humor, porém é necessário avaliar cada caso com acompanhamento médico.

Algumas pessoas com comprometimento cardíaco podem ter complicações graves e outras podem desenvolver hipertensão arterial e dores de cabeça crônicas.

A alimentação é importante para o ser humano desde a sua preconcepção até a fase do envelhecimento, e quanto mais estiver adequada nutricionalmente a cada etapa, maior será a qualidade de vida, o bem estar e a longevidade para as pessoas.

 Hipócrates, Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento“. 

TAGS: Nutrição Saúde Mental
Lesye Ramos
Escrito por:
Lesye Ramos

Nutricionista • Especialista Nutricionista Saúde Mental

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